Antes que você comece a falar e refletir sobre a famosa "cannabis" vamos voltar um pouco no tempo até o início do caminho marginal que esta planta vem trilhando há mais de oitenta anos:
Lá pro início da década de 20, a população negra começava a ganhar seu espaço nos centros urbanos e o maldito governo não queria que isso acontecesse de maneira alguma! A maconha era predominantemente consumida por agricultores negros que plantavam seus pezinhos verdes nos campos de trabalho. Foi dessa maneira que as autoridades conseguiram um argumento para banir a população mais pobre dos centros, atrasando ainda mais sua ascendência na sociedade: Marginalizando a maconha... junto com "cigarrinho do demo" passou a ser proibida a Capoeira, o candomblé o catimbó... enfim, tudo que fosse ligado aos hábitos dos negros, assim eles seriam mais facilmente excluídos da vida social. Inclusive doutores renomados da época afirmavam que a cannabis era a causadora da preguiça, intolerância e agressividade dos camponeses (eu acho que o trabalho escravo, existente até hoje, é o verdadeiro responsável).
Pronto, confusão formada... através de atos discriminatórios e criminosos das próprias autoridades, os mais pobres tiveram mais dificuldades para enriquecer e a maconha nunca mais recuperou seu cargo de fumo recreativo.
Hoje a maconha ainda é proibida no Brasil, mas isso só serve para enriquecer traficantes e para dar mais despesas aos cofres públicos, com perseguições, prisões e processos que se multiplicam em uma velocidade muito maior do que se resolvem!
A maior parte da maconha consumida aqui vem do Paraguai e é misturada com inomináveis imundices, mas mesmo assim os consumidores não faltam! Aliás, é isso que o governo tem que entender:
As pessoas irão fumar seu baseado de qualquer maneira, nem que pra isso elas tenham que escavar túneis ou pedir pra um helicóptero jogar a droga no quintal de casa!
Hoje existem grupos sociais que lutam pelos direitos de ter sua cannabis em casa. São os chamados Growroom que já tem inclusive milhares de seguidores pela internet. A iniciativa pela luta dos direitos dos maconheiros partiu do seguinte argumento:
"Se os consumidores de maconha são presos sob a acusação de alimentar o tráfico, o que os impede de plantar uma quantidade sustentável de cannabis em casa?"
Obs: Quando digo sustentável, quero dizer o suficiente para fumar e não o bastante para ganhar dinheiro vendendo da plantação.
Dessa maneira o tráfico fica descaracterizado e com um alvará concedido para plantar seu próprio fumo, as autoridades podem registrar e fiscalizar as maconhas alheias. Acreditem, este é o caminho mais provável para a legalização da maconha e já tem advogados, juízes e políticos apoiando o projeto, mas claro, de maneira discreta.
Veja o que diz o ministro Carlos Minc: "Se a pessoa decidiu ser usuária, é melhor que ela cultive!"
É justamente o que fazem os adeptos do "Growroom". Hoje já existem equipamentos modernos que possibilitam o plantio de pés de ótima qualidade de cannabis dentro de um banheiro fechado, por exemplo. Alguns plantam nos terraços dos prédios e nas sacadas, para que elas cresçam de maneira mais natural. De qualquer maneira, ter seu próprio pé de maconha requer muito cuidado e algum dinheiro... uns R$ 2.200 pra começar.
E você, quer saber mais sobre o futuro dos maconha? Entre neste site: www.growroom.net .
Texto: Caio Valentim.
Fonte: Revista "O Globo".